quinta-feira, 11 de junho de 2009

Carro movido a AR


Nem hidrogênio nem eletricidade. Imagine um carro movido simplesmente a ar. Parece piada, mas é esse o combustível do AirPod, um pequeno veículo urbano desenvolvido pela empresa ZPM cuja sigla significa “Zero Pollution Motors” ou algo como a marca da poluição zero.

O conceito soa tão simples quanto genial: um compressor enche um reservatório de 175 litros em cerca de dois minutos e o AirPod, a partir daí, pode rodar até 220 km a uma velocidade máxima de 70 km/h. O ar é usado para mover um pistão com o mesmo mecanismo de um propulsor a explosão.

Claro, só não é uma tecnologia completamente limpa porque o tal compressor precisa de energia para inserir o ar no “tanque” do carro, mas o custo é infinitamente inferior a outras tecnologias.

Obviamente, ninguém espera ver esportivos rasgando as estradas com seus motores a ar, mas para algumas funções urbanas, a ideia parece viável, ainda mais agora com toda a pressão por veículos ecológicos.

O carro a ar não é um projeto tão novo quanto parece. Ele surgiu da mente do engenheiro francês Guy Negre, que trabalhou na Fórmula 1 nos anos 80. Ciente do futuro do seu projeto, ele pacientemente tem construído protótipos e apresentado sua ideia pelo mundo, inclusive no Brasil há alguns anos.

Sua empresa, a MDI, começou a ser viável quando a indiana Tata Motors decidiu investir na tecnologia, antevendo uma versão movida a ar do Nano, o carro mais barato do mundo.

Recentemente, a MDI criou a ZPM nos Estados Unidos com a intenção de lançar modelos a ar no país até 2011. O AirPod seria um dos primeiros carros do tipo a chegar ao mercado americano em versão para até quatro passageiros (três adultos e uma criança) ou de carga.

Segundo o presidente da ZPM, Shiva Vencat, um modelo mais avançado pode custar em torno de US$ 20 000, US$ 15 000 a menos que o Volt, o carro elétrico da Chevrolet.

Críticos do conceito dizem que, para andar em velocidades mais altas, ele precisa de um pequeno motor a gasolina para aquecer o ar e permitir um rendimento melhor. Também argumentam que o carro a ar gastaria seis vezes mais eletricidade para comprimir o ar que um veículo elétrico convencional.

Talvez o AirPod não seja uma ideia copiada por todas as marcas, mas, num futuro em que os carros usarão tecnologias mais diversificadas, seu espaço pode estar garantido, sobretudo nas grandes cidades.

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